Olá, Maurício!
Concordo contigo em diversos aspectos. Primeiramente, citaste aqui um antigo ponto de argumentação entre mim e minha mãe, quando analisávamos o fato de a mulher exigindo liberdade, querendo “se rebaixar” ao nível do homem. Eu, particularmente, acredito que não seja uma questão de a mulher “perder sua integridade”, nivelando-se ao homem (ao homem machista, que aqui fique claro), mas sim de os homens passarem a tê-la (para os que não a tem. Não estou dizendo que nenhum tenha. Conheço muitos homens de grande valor ético e muitas mulheres que não o tem). Eu ainda acho que a pessoa que se relaciona com diversas pessoas ao mesmo tempo, tem alguma carência afetiva e quem mais tem a perder com isso, é ela mesma, uma vez que não exercita nosso poder de relacionar-se mais profundamente, enfrentar o defeito do outro e superar dificuldades juntos – coisa que cria laços incomparáveis entre seres-humanos.
Eu sou uma que não acho em nada interessante ir à uma festa e ficar com um monte de caras. Também não acho legal caras que ficam com um monte de mulheres. Acho que isso nos assemelha muito aos símios, dos quais somos parentes, mas uma vez que raciocinamos, já não precisamos agir tão assemelhadamente a eles. Mas isso é a minha opinião – sou, por excelência, monogâmica e fiel. Mas não cabe a mim julgar se isto é certo ou errado para os outros. É certo para mim. Errado, em minha opinião, é ter alguém e enganar este alguém. Melhor então, não ter ninguém fixo, e relacionar-se com quem e quantos “der na telha”, a quem se dispõe ou não sabe/não quer manter uma fidelidade.! 😉
Quanto à vestimenta, volto a concordar contigo em alguns pontos: assim como um médico usa um jaleco, para exercer sua profissão, acredito que cada local tenha suas regras de vestimenta, quando são lugares aos quais costuma-se ir para explorar o que temos por dentro, e não por fora. Nenhum homem usa shorts de corrida para ir à uma reunião de negócios. Também não acho que mulheres devessem ir de minissaia a elas, pois, embora tenhamos capacidade de raciocínio lógico, ainda temos instintos e é anti-natural não observar uma forma física atraente e interessante quando a vemos, o que geraria pensamentos desnecessários para a situação “reunião de negócios”. Acho que aí, deve imperar o bom senso. E embora nenhuma pessoa deva invadir a outra, uma insinuação de cunho sexual em situações deste tipo pode acontecer, e ninguém precisa se ofender, se não passar de simples proposta, onde se aceite ou não. Mas foge um pouco da proposta “negócios” e, infelizmente, neste ponto, ainda é a mulher que com mais frequência não usa deste bom senso.
Quanto à Igreja, hehe, bem, não recomendo à ninguém esse “passeio”, pelo menos enquanto não transformarem todas elas em bibliotecas públicas de bela arquitetura! =D
Quanto à Igualdade, digo: pessoa devem ter igualdade de direitos, ou seja, poderem gozar amplamente dos direitos que lhe cabem. Isto não é a mesma coisa que “direitos iguais”, afinal nenhum homem ganha licensa paternidade de 4/6 meses (embora eu até ache que devia – um bebê precisa tanto da mãe quanto do pai, e a mãe, nos primeiros meses de vida de um filho, precisa muito do auxílio de seu companheiro, tanto para as tarefas, quanto para o cuidado de seu lado emocional, que fica, invariavelmente, mais vulnerável).
Em relação à Marcha das Vadias, ela não é uma luta pelos direitos da mulher, em geral – é especificamente um protesto contra a violência sexual, por isso o cunho de “afronta” e o uso da nudez como forma de protesto.
Sobre as cotas, mulheres não as pedem por serem “teoricamente mais burras”, mas sim porque, uma vez que o mundo é, ainda, território de dominação masculina, até que haja essa quebra de valores culturais, teremos, sim, de exigir direito de ocupar alguns postos. Como tempo, vendo a atuação das mulheres nestes postos – como na Política, por exemplo – as cotas já não se farão mais necessárias. Mas concordo contigo: essa igualdade deve ser mais debatida.
No tocante à organização do evento, não se, exatamente, quem o organizou, mas, de fato, não foi uma organização exemplar. Mas é recém o segundo. E sem incentivo algum de ninguém. Então, acho até um ato de bravura das meninas que se juntaram para organiza-lo, seja da forma que for.
Um abraço.
Gostei muito da tua participação. E, sim, ela veio à somar ao debate! 😉